terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A Diabetes





A diabetes mellitus é uma doença metabólica que tem por causa um aumento anormal da glicose no sangue. A principal fonte de energia do organismo é a glicose, porém quando em excesso, pode trazer sérios riscos à saúde como disfunções cardíacas e circulatórias, neurológicas, renais, urinárias e digestivas.
A doença pode ser diagnosticada em pacientes que apresentem os sintomas e sinais clássicos da doença, que são: sede excessiva, aumento do volume e do número de micções, fome demasiada e emagrecimento.
Há alguns fatores que podem vir a agravar a diabetes como histórico familiar, sedentarismo, hipertensão arterial, doença coronariana, além disso, pacientes com idade maior ou igual a 45 anos.
A hiperglicemia apresenta diversas formas clínicas:
·         Diabetes mellitus tipo I: Ocasionada pela destruição das células beta do pâncreas, normalmente por decorrência de doença auto-imune, o que ocasiona deficiência absoluta de insulina;
·         Diabetes mellitus tipo II: Provocada principalmente por um estado de resistência à ação da insulina associada a uma relativa deficiência de sua secreção;
·         Diabetes gestacional: Quando a doença é diagnosticada apenas durante a gestação, em pacientes sem aumento prévio da glicose;
Embora ainda não haja uma cura definitiva para a diabetes, há vários tratamentos disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o paciente portador. Esses tratamentos incluem mudanças no plano alimentar, a prática freqüente de atividades físicas e o uso de fármacos hipoglicemiantes orais.

Diabetes no mundo e no Brasil

O número de diabéticos está crescendo muito em todo o mundo. Cerca de 246 milhões de pessoas já são afetados e a previsão é que até 2025, esse número chegue a 380 milhões.
No Brasil, com o avançar da idade a prevalência da doença aumenta. 18,6% da população com idade superior a 65 anos são afetados, comparado com 0,5% de jovens (18-24 anos), 1,7% na faixa de 25-34; 2,9% de 35-44 anos; 7,6% de 45-54 anos; 15,3% de 55-64 anos portadores da Diabetes. Como mostrado no gráfico de proporção de portadores de Diabetes Mellitus, na maioria das faixas etárias estudadas, há predominância do sexo feminino afetado, com exceção da faixa de 45-54. No gráfico 2 é possível observar o número estimado de Diabéticos, do qual  foi estipulada a proporção representada no gráfico 1. Todos esses dados foram obtidos de acordo com o Vigitel 2007 (Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção pra Doenças Crônicas Não Transmissíveis).  






Diabetes em adolescentes relacionada com a ansiedade



A adolescência é um período conflituoso com muitas mudanças corporais e psicológicas, e pode se agravar com restrições oriundas da doença Diabetes Mellitus. Partindo da hipótese de que adolescentes portadores desta doença seriam mais ansiosas do que adolescentes sadios, realizou-se uma pesquisa para investigar o nível de ansiedade através do IDATE (Inventário de Ansiedade Traço e Estado) em uma amostra composta por 62 adolescentes metade com diabetes e metade sadios, com idade entres 14 e 20 anos (média de 17 anos), 36 do sexo feminino e 26 do masculino.
Após a realização dos testes de hipótese, verificou-se que não havia diferenças estatisticamente significantes entre médias dos grupos, tanto entre os sexos quanto ao seu estado sadio ou de portador de diabetes. Porém, as médias dos dois grupos dessa pesquisa foram mais baixas do que a da amostra normativa, mas ainda dentro do intervalo de normalidade estabelecido pelo desvio padrão. Conclui-se então, diferente de outros estudos já realizados e dados encontrados na literatura, que não há influência da diabetes na apresentação de dificuldades emocionais como a ansiedade nos portadores da doença.



Evolução para hipertensão arterial em pacientes com Diabetes tipo 1




Em países desenvolvidos e em desenvolvimento, a doença endócrina que mais atinge jovens é a Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1). As complicações crônicas relacionadas ao sistema cardiovascular provenientes da arterosclerose, tem atingido grande importância nas causas de mortalidade. DAC (Doença arterial coronariana) é a principal causa de óbitos em portadores da DM1. A hipertensão arterial foi considerada fator preditor de DAC em diabéticos do tipo 1. 
Foi feito um estudo observacional contendo 127 portadores da doença para determinar a evolução da hipertensão arterial (HA) e da pré-hipertensão (pré-HA) em pacientes diabéticos do tipo 1. 
Foram apuradas informações sobre todos os pacientes, através de um inquérito clínico demográfico, relativos a sexo, idade (anos), idade ao diagnóstico (anos), tempo de duração de diabetes (anos) e dose diária de insulina. Em todos os testes foi utilizado o nível de confiança de 95%. Os resultados são apresentados em mediana (intervalo interquartil).
A Tabela 1 descreve as características iniciais e finais dos 127 pacientes DM1 avaliados. A Tabela 2 mostra a evolução dos níveis pressóricos. No início do estudo, 106 pacientes (83,5%) eram normotensos, 20 (15,7%) apresentavam pré-HA e um (0,8%) apresentava HA. 
As prevalências de pré-HA e HA nas avaliações inicial e final são apresentadas no Gráfico 1. Os normotensos apresentavam inicialmente uma percentagem maior (83,5%). Já os pré-hipertensos e os hipertensos, no final, tiveram um aumento nos dados percentuais de, respectivamente, 26% comparado com 15,7% e, 7% comparado com 0,8%. 
No Gráfico 2 é demonstrado que na faixa etária de até 29 anos a prevalência de HA fica em cerca de 4 a 4,5%, enquanto que em maiores de 30 anos atinge o valor de 15%.
Dos pacientes inicialmente normotensos, 21,7% desenvolveram pré-hipertensão, 4,7% HA e 73,6% permaneceram normotensos. Dos pré-hipertensos, 35% normalizaram níveis pressóricos, 50% permaneceram pré-hipertensos e 15% desenvolveram HA. Esse estudo comprova o desenvolvimento da hipertensão arterial  nos portadores da Diabetes Mellitus tipo 1.












Obesidade: Fator de risco para hipertensão e Diabetes tipo 2




Os índices de pessoas com sobrepeso e obesidade tem aumentado, atingindo todas as idades, e entre elas a população infanto-juvenil. Nesta faixa etária, o problema se agrava quando a obesidade eleva o nível da pressão arterial (PA) e acarreta a hipertensão e obesidade na vida adulta. Outros fatores de risco que podem ser adquiridos são a dislipidemia, resistência a insulina e diabetes tipo 2, além de acarretar problemas sociais e psicológicos. Cerca de 60% daqueles que apresentam obesidade nas primeiras décadas sofrem de pelo menos uma dessas anormalidades metabólicas, como adultos.
O índice de massa corporal (IMC) é o referencial para a classificação do status do peso, entre normal, sobrepeso e obesidade, enquanto a circunferência abdominal (CA) é o principal indicador de concentração abdominal de gordura, e também se correlacionam os mesmos fatores de risco associados à obesidade.
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do IMC e da CA sobre a PA numa amostra de adolescentes saudáveis entre 11 e 18 anos, com enfoque especial na presença de resistência à insulina. Foram estudados 217 (40,5%) meninos e 319 (59,5%) meninas.
A tabela 2 mostra o comportamento da PAS segundo os status de peso e gênero. Foram comparados 212 (39,6%) adolescentes com peso normal alto, 199 (37,1%) com sobrepeso e 125 (23,3%) com obesidade. Observou-se um gradiente positivo, crescente e significativo do percentual de PA elevada, entre os adolescentes com peso normal alto e os com sobrepeso e desses com os obesos. Nos obesos, a PAS mostrou-se elevada em 46,4% dos meninos e 39,3% das meninas e a PAD em 42,0% e 44,6%, respectivamente. O resultado da análise de regressão linear simples dos valores da PAS em função dos valores do IMC (figura 1) mostra a importância da influência do IMC sobre a PAS.
A tabela 3 mostra o comportamento da PAS segundo a CA e gênero. O porcentual de adolescentes com PAS e PAD elevadas foi significativamente maior entre aqueles com CA aumentada, em ambos os sexos. O Coeficiente Beta de 0,622 da análise de regressão linear simples (r=0,493;p=0,000) mostrou que, para cada aumento de 1 cm na CA, a PAS aumentaria de 0,622 mmHg (figura 2). Vale destacar, ao longo da reta de regressão, o encontro de 8,8% de adolescentes com peso normal alto e 30,8% com sobrepeso que apresentavam PAS elevada (>p90) associada a um valor nomal da CA (<p75).
As variáveis contínuas foram expressas como média e desvio padrão. A normalidade da distribuição das variáveis foi avaliada por meio do teste de Shapiro-Wilk. As variáveis categóricas foram expressas em percentuais.
A análise da significância da influência das variáveis preditoras IMC e CA sobre as variáveis de desfecho PAS (Pressão arterial sistólica) e PAD (Pressão arterial diastólica), respectivamente, foi feita pela regressão linear simples e a sua razão de prevalência (RP), calculada por análise de regressão logística múltipla.
Conclui-se que estratégias de prevenção e controle do excesso de peso são importantes. Minimizam o risco presente de diabetes tipo 2 e de doença cardiovascular prematura na vida adulta.









Diabetes Gestacional




A diabetes gestacional trata-se de uma alteração da glicemia durante a gravidez. É causada por um defeito na produção de insulina ou na diminuição do seu efeito. Quando diagnosticado precocemente e com tratamento adequado durante e após a gravidez, não causa muitos riscos a saúde da mãe e do bebê, garantindo uma gestação tranqüila.
Na gestação há um aumento da produção de hormônios, principalmente o hormônio lactogênio placentário, que pode prejudicar ou mesmo bloquear a ação da insulina materna. Para a grande parte das gestantes isso não vem a ser uma preocupação, pois o próprio organismo compensa o desequilíbrio, proporcionando um aumento da produção da insulina. Porém, 3% em média das gestantes não reagem desta maneira (Gráfico 1), podendo desenvolver elevações glicêmicas características do diabetes gestacional. Para a mãe, é indicado um parto normal, pois há riscos na cesareana. Além disso, em uma posterior gravidez, a mulher poderá desenvolver novamente a diabetes gestacional e uma futura Diabetes Mellitus tipo 2. A doença pode estar associada à um aumento de complicações cardiovasculares, ao aparecimento de eclâmpsia, com elevado risco de mortalidade materno-fetal e parto prematuro. Cerca de 14% dos recém nascidos apresentam algum tipo de comorbidade (como mostrado no gráfico 2) como hipocalcemia, problemas respiratórios, obesidade e conseqüente Diabetes Mellitus tipo 2. Diante de tantos riscos potenciais, é essencial que as grávidas façam exames para checar a taxa de açúcar no sangue durante o pré-natal e fazer o rastreamento do diabetes entre a 24ª e a 28ª semana de gestação.






Insulina



No tratamento da Diabetes tipo 1, a aplicação de insulina será sempre necessária. Fatores como a idade, rotina diária, padrão alimentar e a presença ou não de alguma secreção residual de insulina pelas células ß pancreáticas determinam as necessidades diárias de insulina em um diabético.
Existem diversas preparações insulínicas que variam de acordo com a origem e o tempo de ação. Como por exemplo, a insulina regular e aNPH.
A Insulina Regular, também chamada de insulina de ação rápida possui um início de ação que leva de 30 minutos a uma hora. O pico máximo de atividade ocorre de 2 a 3 horas depois e a duração da ação vai de 4 a 6 horas. A ação desta está representada na figura 1. É utilizada quando um ação rápida é necessária, como na cetoacidose diabética.
Se a insulina regular é administrada às 7 horas da manhã, sua ação máxima será por volta das 9 horas e a duração de atividade será até as 11 horas. Já a NPH é a insulina de ação intermediária que tem a sua ação iniciada em 30 minutos a uma hora e meia, com pico máximo de ação em 4 a 7 horas, podendo a duração alcançar 14 a 18 horas após a aplicação (demonstrada na figura 2).
Se a insulina NPH for aplicada às 7 horas da manhã, seu pico máximo de ação ocorrerá por volta das 13 horas, com duração máxima até as 19 horas.
Como injetar a insulina
É importante aplicar a insulina em locais diferentes a cada nova injeção e ter o cuidado para não injetar com muita freqüência em uma mesma pequena área. Assim, assegura-se uma melhor absorção da insulina. Na injeção, a agulha deverá ser inserida no tecido subcutâneo, mas não pode chegar ao músculo. O importante é que ela chegue na corrente sanguínea rapidamente.




Objetivo do blog

O blogger Hiperglicemia-Diabetes foi criado com o intuito de ser avaliado pelo professor  Luis Paulo que ministra a disciplina Bioestatística no curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Por meio deste trabalho de pesquisa, procuramos prestar os devidos esclarecimentos aos visitantes do blog, portadores ou não da doença, visando orientá-los, alertá-los ou, até mesmo, acabar com toda e qualquer curiosidade que possa haver sobre o diabetes. Tudo isso foi feito de forma a correlacionar os conhecimentos estatísticos com os conhecimentos na área da saúde adquiridos.
Demos um enfoque maior para a hipertensão arterial, pois esta é um preditor da doença arterial coronariana que representa a maior causa de óbitos em diabéticos. Outro tema importante que foi abordado, com o propósito de alertar as gestantes de que um diagnóstico tardio pode trazer graves riscos para a mãe e para o bebê, é a diabetes gestacional. Foram também desvendados mitos como o da ansiedade em adolescentes portadores de Diabetes Mellitus, provando que não há influxo da diabetes no aparecimento de dificuldades emocionais.
As postagens apresentaram os dados baseados em pesquisas científicas, porém expressos de uma maneira menos coloquial para que se possa atingir o conhecimento de todo o tipo de público, não havendo restrições. Além disso, são mostrados gráficos e tabelas ao final das postagens proporcionando um melhor entendimento aos leitores.
Autores:
Alana Borges de Oliveira               DRE: 110083742
Carolina de Mattos Sant’Anna        DRE: 110082877
Thayssa Carneiro Campista           DRE: 110083158

Bibliografia