terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Obesidade: Fator de risco para hipertensão e Diabetes tipo 2




Os índices de pessoas com sobrepeso e obesidade tem aumentado, atingindo todas as idades, e entre elas a população infanto-juvenil. Nesta faixa etária, o problema se agrava quando a obesidade eleva o nível da pressão arterial (PA) e acarreta a hipertensão e obesidade na vida adulta. Outros fatores de risco que podem ser adquiridos são a dislipidemia, resistência a insulina e diabetes tipo 2, além de acarretar problemas sociais e psicológicos. Cerca de 60% daqueles que apresentam obesidade nas primeiras décadas sofrem de pelo menos uma dessas anormalidades metabólicas, como adultos.
O índice de massa corporal (IMC) é o referencial para a classificação do status do peso, entre normal, sobrepeso e obesidade, enquanto a circunferência abdominal (CA) é o principal indicador de concentração abdominal de gordura, e também se correlacionam os mesmos fatores de risco associados à obesidade.
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do IMC e da CA sobre a PA numa amostra de adolescentes saudáveis entre 11 e 18 anos, com enfoque especial na presença de resistência à insulina. Foram estudados 217 (40,5%) meninos e 319 (59,5%) meninas.
A tabela 2 mostra o comportamento da PAS segundo os status de peso e gênero. Foram comparados 212 (39,6%) adolescentes com peso normal alto, 199 (37,1%) com sobrepeso e 125 (23,3%) com obesidade. Observou-se um gradiente positivo, crescente e significativo do percentual de PA elevada, entre os adolescentes com peso normal alto e os com sobrepeso e desses com os obesos. Nos obesos, a PAS mostrou-se elevada em 46,4% dos meninos e 39,3% das meninas e a PAD em 42,0% e 44,6%, respectivamente. O resultado da análise de regressão linear simples dos valores da PAS em função dos valores do IMC (figura 1) mostra a importância da influência do IMC sobre a PAS.
A tabela 3 mostra o comportamento da PAS segundo a CA e gênero. O porcentual de adolescentes com PAS e PAD elevadas foi significativamente maior entre aqueles com CA aumentada, em ambos os sexos. O Coeficiente Beta de 0,622 da análise de regressão linear simples (r=0,493;p=0,000) mostrou que, para cada aumento de 1 cm na CA, a PAS aumentaria de 0,622 mmHg (figura 2). Vale destacar, ao longo da reta de regressão, o encontro de 8,8% de adolescentes com peso normal alto e 30,8% com sobrepeso que apresentavam PAS elevada (>p90) associada a um valor nomal da CA (<p75).
As variáveis contínuas foram expressas como média e desvio padrão. A normalidade da distribuição das variáveis foi avaliada por meio do teste de Shapiro-Wilk. As variáveis categóricas foram expressas em percentuais.
A análise da significância da influência das variáveis preditoras IMC e CA sobre as variáveis de desfecho PAS (Pressão arterial sistólica) e PAD (Pressão arterial diastólica), respectivamente, foi feita pela regressão linear simples e a sua razão de prevalência (RP), calculada por análise de regressão logística múltipla.
Conclui-se que estratégias de prevenção e controle do excesso de peso são importantes. Minimizam o risco presente de diabetes tipo 2 e de doença cardiovascular prematura na vida adulta.









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